O aumento dos investimentos na geração de energia solar, seja em projetos de usinas de grande porte ou na instalação de sistemas pelos próprios consumidores, vem provocando uma redução no preço dos equipamentos de energia solar no mundo e, consequentemente, no Brasil.
Segundo Pedro Mouta, CEO da InfinitySun Energia Solar, nos últimos dois anos o custo de instalação de equipamentos de energia solar teve queda da ordem de 50% e a tendência é que continue caindo. Mas Mouta reclama de falta de incentivo à adoção do sistema, como existe em larga escala no exterior.
“É preciso oferecer mais linhas de financiamento para incentivar os pequenos consumidores. No exterior, os índices de radiação solar são bem menores e as tarifas também, e há mais financiamento.”
Alguns bancos, como Banco do Amazonas, Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Votorantim, Banco do Nordeste e Caixa Econômica, disponibilizam linhas de crédito para a compra de equipamentos de energia solar e instalação de sistemas de geração de energia solar, “os juros cobrados são ainda muito elevados”, afirma Mouta.
“É um gargalo que ainda existe, uma vez que a maioria das linhas disponíveis é para projetos de pessoas jurídicas. Por isso, defendemos que bancos estatais, como Banco do Brasil e Caixa, ofereçam condições de crédito mais atraentes para pessoas físicas. Hoje, as disponíveis têm juros altos, em alguns casos, entre 2,5% e 3% ao mês”, destaca.
Isenção de ICMS na geração de energia solar
Atualmente, 24 estados do Brasil dão isenção de ICMS para quem gera sua própria energia solar.
Infelizmente o Estado do Amazonas ainda não isenta o ICMS para a geração de energia solar. Com isso, o consumidor ainda é tributado quando gera energia excedente que injeta na rede elétrica da companhia distribuidora, Eletrobras Amazonas Energia.
Muitas pessoas decidiram produzir sua própria energia em 2016 e 2017, dois próximos ano depois de a alta da tarifa superar os 50%, o que pesou muito no bolso da população.
Consumindo em torno de 1.550 KWh/mês, Ricardo Andrade, proprietário da Clínica Integrata Odontologia não teve dúvidas e investiu cerca de R$ 85.000 no sistema de geração de energia solar em sua clínica odontológica.
Ricardo não se arrepende, pois sua conta de luz reduziu de R$ 1.800, em dezembro de 2017 (um mês antes de instalar o sistema), para R$ 166,63 em janeiro de 2018.
“Estou gerando cerca de 90% do meu consumo. As tarifas estão cada vez mais elevadas. Sem o sistema solar, eu não teria total autonomia. Aqui em Manaus faz bastante calor, e não teríamos condições de trabalhar sem o uso de ar-condicionados. Agora, gerando nossa própria energia, ficamos mais confortáveis em usar todo o potencial da geração de energia solar em nosso favor e conforto”, comentou Ricardo.
Segundo Pedro, da InfinitySun, mesmo que as tarifas de energia elétrica não tivessem aumentado tanto nos últimos anos, a atratividade à geração de energia solar continuaria grande, porque a conta de luz tem um peso grande nos orçamentos familiares.
“Os custos de instalação dos sistemas solares caíram radicalmente no mundo. E as tarifas, por sua vez, sempre sobem acima da inflação.”
Mouta afirma que a procura por parte de consumidores residenciais e pequenos comércios cresceu de 20% a 42% no ano passado.
“Um sistema de geração solar fotovoltaica pode ser instalado em qualquer casa ou prédio, seja residencial, comercial ou industrial, de baixa ou alta tensão. Basta ter espaço para a instalação dos painéis.
Onde não houver espaço físico pode ser adotada a gestão compartilhada, no qual um grupo de investidores pode instalar o sistema em outro local, desde que atendido pela mesma distribuidora de energia. Cada um receberá os créditos equivalentes à energia gerada em suas contas de luz.” A geração compartilhada ainda não está disponível no Amazonas.
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