É difícil imaginar que alguém possa ignorar o sol no Brasil. No entanto, por muito tempo foi assim, ao menos do ponto de vista da energia. Só recentemente, com a redução de custos de equipamentos para geração a partir da luz solar, o país correu atrás desse recurso.
No ano passado, 6 mil novas usinas fotovoltaicas e 48 megawatts (MW) de potência foram adicionados ao sistema. De janeiro último a este mês, esse balanço avançou para mais 6,7 mil unidades de geração e 54,4MW.
Em junho, foi inaugurado o maior parque de geração de energia solar do país em Bom Jesus da Lapa (BA), com capacidade para iluminar 166 mil lares — 150 mil a mais que os existentes na cidade. Apesar de tantas vantagens econômicas, financeiras, sociais e ambientais da atividade, o Brasil está ainda muito distante do seu potencial nessa área.
No ano passado, 6 mil novas usinas fotovoltaicas e 48 megawatts (MW) de potência foram adicionados ao sistema.
O país tem incidência solar suficiente para alcançar potência de 28 mil gigawatts (GW), 163 vezes o potencial hídrico, de 172GW (gigawatts), e 64 vezes o eólico (a partir da força dos ventos), de 440,5GW.
Outra vantagem é que há extensas áreas de solo subutilizadas economicamente, nas quais podem ser instalados painéis solares. Para avançar, dizem especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, é preciso solucionar o financiamento.
Em termos globais, houve incremento de 70GW de energia solar em um único ano, com a aposta forte da China na fonte renovável, explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Hewerton Martins. “Há uma percepção errada de que essa é uma energia cara. Não mais. Hoje, ela é extremamente competitiva”, afirma.